Em tudo, deem graças

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“Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?”

Lucas 17:18, NAA

A passagem da cura dos dez leprosos (Lucas 17:11–19) revela não apenas o poder restaurador de Jesus, mas também algo profundo sobre o coração humano. Dez homens, marginalizados pela doença e pela exclusão social, clamam por misericórdia. Jesus os envia aos sacerdotes, e, enquanto obedecem, todos são curados. A cura é completa, real e visível. No entanto, apenas um — um samaritano — retorna para agradecer, glorificando a Deus em alta voz e lançando-se aos pés de Jesus. Os outros nove seguem seu caminho, usufruindo da bênção, mas esquecendo-se do Benfeitor.

Essa cena carrega uma das observações mais dolorosas feitas por Jesus durante Seu ministério terreno. Ele pergunta: “Não foram dez os curados? Onde estão os nove?” (Lucas 17:17, NAA). A tristeza de Jesus não está na ausência deles fisicamente, mas na ingratidão revelada por seus corações. Ao longo dos Evangelhos, Jesus demonstra paciência com a dúvida, misericórdia com o pecado e compaixão com a fraqueza humana. Mas a ingratidão é uma das poucas falhas que Ele expõe de forma direta. Porque a gratidão não é apenas uma resposta educada — ela é uma expressão de fé, reconhecimento e relacionamento com Deus.

A gratidão revela mais do que palavras; revela quem compreendeu a origem da graça. Os nove receberam a cura, mas apenas um recebeu algo mais profundo: a salvação, confirmada quando Jesus lhe diz: “A sua fé o salvou” (Lucas 17:19, NAA). A gratidão o levou de volta a Cristo. A ingratidão manteve os outros distantes. Aqui aprendemos que é possível receber bênçãos sem intimidade, milagres sem comunhão, provisão sem adoração.

É nesse contexto que as palavras do apóstolo Paulo ecoam com ainda mais força: “Em tudo deem graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para vocês” (1 Tessalonicenses 5:18, NAA). Paulo não escreve isso a partir de uma vida confortável. Pelo contrário, ele conhecia prisões, perseguições, perdas e sofrimentos. Ainda assim, ele afirma que a gratidão não depende das circunstâncias, mas da convicção de que Deus está soberanamente presente em todas elas. Dar graças “em tudo” não significa agradecer por tudo, mas reconhecer Deus em meio a tudo. É declarar que, mesmo quando não entendemos o caminho, confiamos no caráter de quem nos conduz.

A gratidão cristã é um ato de fé contínuo. Ela nos ensina a enxergar além do imediato, a descansar na providência divina e a lembrar que Deus está trabalhando mesmo quando o silêncio parece ensurdecedor. A ingratidão, por outro lado, nos torna cegos para o agir de Deus, endurece o coração e enfraquece nossa esperança. A gratidão nos mantém próximos de Jesus; a ausência dela nos faz seguir adiante sozinhos, como os nove leprosos.

Temos muitos motivos para sermos gratos sempre e em todas as situações: porque fomos alcançados pela graça, porque não caminhamos sozinhos, porque Deus permanece fiel mesmo quando somos falhos, porque Sua misericórdia se renova a cada manhã e porque, em Cristo, temos esperança que ultrapassa esta vida. A gratidão nos ancora no eterno, mesmo quando o presente é instável.

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Você é um milagre!
Pedro Rocha Tavares
Equipe Jesus.net.  

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Sobre o autor

Biólogo e professor. Cristão, casado com Juliana e pai de Maria Clara, Davi e João. Administro a página ElpisZoe no Instagram, onde publico diariamente versículos bíblicos e um devocional diário. Parceiro Jesus.net e autor de planos de leitura bíblicos no App da Bíblia YouVersion.Mostrar menos