Reflexão | O Amor Divino

Quando observamos a história do povo de Israel nas Escrituras, percebemos um padrão que se repete muitas vezes: o povo escolhido rejeitando o próprio Deus.

Isso acontece no deserto, quando murmuraram contra o Senhor apesar de toda provisão:

No deserto, toda a comunidade de Israel queixou‑se a Moisés e Arão. Os israelitas disseram‑lhes: ― Quem dera a mão do Senhor nos tivesse matado no Egito! Lá nos sentávamos ao redor das panelas de carne e comíamos pão à vontade, mas vocês nos trouxeram a este deserto para fazer morrer de fome toda esta comunidade!

Êxodo 16: 2-3

Acontece quando desejam um rei para serem “como as outras nações”, rejeitando o governo divino:

Quando, porém, disseram: “Dá‑nos um rei para que nos julgue”, isso desagradou a Samuel; então, ele orou ao Senhor , e o Senhor lhe respondeu: ― Atenda a tudo o que o povo está pedindo; não foi a você que rejeitaram; foi a mim que rejeitaram como rei.

1 Samuel 8:6-7

E continua se repetindo ao longo de toda a narrativa bíblica:

― Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas vocês não quiseram.

Mateus 23:37

E diante disso, o que Deus faz? Ele continua amando aquele povo.

Um amor paterno

Mas o amor de Deus não é um amor permissivo, como se Ele fosse um “Deus bonzinho” que permite ao Seu povo fazer o que quiser. O amor de Deus é justo, semelhante ao amor verdadeiro de um pai.

Como um pai tem compaixão dos seus filhos, assim o Senhor tem compaixão dos que o temem.

Salmos 103:13

Ao pensar no amor de um pai (e aqui falo do conceito ideal de paternidade, mesmo reconhecendo que muitos não o experimentam na prática) percebemos que ele não é condicional.

Lembro da frase do Pr. Luciano Subirá ao seu filho:

“Você pode me agradar de muitas formas, mas nada do que fizer vai me fazer te amar mais.”

Da mesma forma, o amor de um pai não depende das boas ações do filho; ele ama simplesmente porque é pai.

Se o amor de Deus por Israel fosse baseado no mérito, não haveria amor algum, pois o povo inúmeras vezes fez o oposto daquilo que Deus ordenara. A própria Escritura declara que o Senhor os escolheu não por serem bons o bastante, mas porque Ele os amou e foi fiel à Sua palavra.

― O Senhor não se afeiçoou a vocês nem os escolheu por serem mais numerosos do que os outros povos, pois vocês eram o menor de todos eles. Foi porque o Senhor os amou e por causa do juramento que fez aos seus antepassados. Por isso, ele os tirou com mão poderosa e os redimiu da terra da escravidão, do poder do faraó, rei do Egito. 

Deuteronômio 7:7-8

E é justamente aí que vemos outra faceta do amor divino: o amor que disciplina

pois o Senhor disciplina a quem ama e castiga todo aquele a quem aceita como filho.

Hebreus 12:6

Um pai que ama não deixa seu filho viver de qualquer maneira; corrigir é cuidar. Ainda que a disciplina seja difícil, ela é prova de filiação e zelo

'Perseverem na disciplina; Deus os trata como filhos. Ora, que filho não é disciplinado pelo pai? Todavia, se vocês ficarem sem disciplina, da qual todos se tornaram participantes, então vocês são bastardos, não filhos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter‑nos ao Pai espiritual, para assim vivermos! Os nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; Deus, porém, nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece motivo de alegria no momento em que é recebida, mas sim motivo de tristeza. Mais tarde, no entanto, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. '

Hebreus 12:7-11

Assim acontecia com Israel: quando desobedeciam, Deus não os abandonava; Ele os corrigia. Enviava profetas, permitia circunstâncias difíceis, chamava o povo ao arrependimento e então os restaurava quando retornavam.

Sempre que lhes levantava um juiz, o Senhor estava com o juiz e os salvava das mãos dos seus inimigos enquanto o juiz vivia, pois o Senhor tinha misericórdia por causa dos gemidos deles diante daqueles que os oprimiam e os afligiam.

Juízes 2:18

Deus fazia isso porque Seus planos eram melhores do que qualquer caminho que eles poderiam escolher sozinhos.

Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês” — declara o Senhor — “planos de fazê‑los prosperar, não de causar dano, planos de dar a vocês esperança e um futuro.

Jeremias 29:11

E esse amor não é exclusivo de Israel. Em Cristo, Deus abriu Seu amor a todos os povos. Paulo escreve:

Não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus.

Gálatas 3:28

 O amor de Deus está disponível a quem O recebe. Quando aceitamos esse amor, reconhecemos Deus como nosso Pai: um Pai presente, amoroso e sábio. E nos colocamos à disposição para viver segundo a Sua vontade, confiando que ela é melhor do que a nossa.

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem‑se pela renovação da sua mente, para que vocês experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Romanos 12:2

  Se você deseja compreender ainda mais esse amor divino, te convido a conhecer o Estudo Bíblico “As Faces do Amor”, onde meditamos no capítulo 13 de 1 Coríntios e vemos como cada característica do amor aponta para o próprio caráter de Deus.

Conheça mais de Jesus.net!

Sobre o autor

Escritora apaixonada por Jesus.
Vivendo pela graça e dedicada a anunciar, através da escrita, o caminho da salvação, a verdade que liberta e a plenitude da vida que só existe em Cristo.Mostrar menos